Na última sessão legislativa (22/06/2020), o vereador Júlio Caetano, aceitando desafio esdrúxulo proposto por sua colega de parlamento Ester Mioto, apresentou uma pilha de papel como resultado de seus três anos e meio de vereança.
Orgulhoso de seu “grande feito”, o vereador ainda detalhou os números em suas redes sociais.
Segundo postagem do dia de hoje, foram mais de mil proposituras, entre projetos de lei, moções, ofícios, indicações e requerimentos.
A situação é ridícula por dois motivos básicos.
Primeiro porque quantidade de papel produzido não comprova competência ou resolutividade.
O próprio vereador se mostrou “perdido” durante a sessão, inclusive reconhecendo que muita dessa “papelada” carece de resposta ou de solução.
Ou seja, o vereador desconhece ou não utiliza propositalmente os meios legais para exigir que seus pleitos sejam ao menos respondidos pelos destinatários.
Segundo porque o salário líquido aproximado de um vereador de Penápolis corresponde a 3.500,00 (três mil e quinhentos reais).
Sendo assim, temos que em três anos e meio de mandato (42 meses) o vereador recebeu cerca de 147 mil reais, sem contar os encargos como previdência, que são suportados também pelos cofres municipais.
Ora, é evidente que o custo-benefício é péssimo para o povo (ainda que se admitisse a tese estapafúrdia de considerar como resultado efetivo uma pilha de papel).

Jean Rizk é jornalista, atirador desportivo e ativista que luta contra as irregularidades cometidas por agentes públicos